quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

O SOFRIMENTO DOS ISRAELITAS NO EGITO

Os sofrimentos dos israelitas no Egito
Êxodo 1.1-14


São estes os nomes dos filhos de Jacó que foram com ele para o Egito, cada um com a sua família: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Benjamim, Dã, Naftali, Gade e Aser. Os descendentes diretos de Jacó eram setenta pessoas ao todo. José, o outro filho, já estava no Egito.

Mais tarde José e todos os seus irmãos morreram, e também todos os outros daquela geração. Mas os descendentes de Jacó, os israelitas, tiveram muitos filhos e aumentaram tanto, que se tornaram poderosos. E eles se espalharam por todo o Egito.

Depois o Egito teve um novo rei que não sabia nada a respeito de José. Ele disse ao seu povo:

— Vejam! O povo de Israel é forte e está aumentando mais depressa do que nós. Em caso de guerra, eles poderiam se unir com os nossos inimigos, lutariam contra nós e sairiam do país. Precisamos achar um jeito de não deixar que eles se tornem ainda mais numerosos.

Por isso os egípcios puseram feitores para maltratar os israelitas com trabalhos pesados. E assim os israelitas construíram as cidades de Pitom e Ramessés, onde o rei do Egito guardava as colheitas de cereais. Porém quanto mais os egípcios maltratavam os israelitas, tanto mais eles aumentavam. Os egípcios ficaram com medo deles e os tornaram escravos, tratando-os com brutalidade. Fizeram com que a vida deles se tornasse amarga, obrigando-os a fazer trabalhos pesados na fabricação de tijolos, nas construções e nas plantações. Em todos os serviços que os israelitas faziam, eles eram tratados com crueldade.



Plenitude e sustentabilidade (Parte 1)

Plenitude e sustentabilidade (Parte 1) – Edição 339 | Revista Ultimato


Plenitude e sustentabilidade (Parte 1)

Marina Silva
Quando se fala em sustentabilidade, as referências são provenientes da questão ambiental. Sem dúvida, foi a preocupação ambiental que trouxe esse conceito para o cenário. Sua trajetória começou com o questionamento do modelo de desenvolvimento de alguns países e, depois da globalização, do próprio planeta. Uma tensão entre economia e ecologia, entre progresso e impedimento do progresso, entre avanço e retrocesso era o traço mais forte da percepção inicial sobre o assunto -- uma percepção equivocada, como se veria mais tarde.
 
Hoje algumas evidências nos fazem repensar essa percepção inicial. A nova percepção não é homogênea nem hegemônica, mas já é suficiente para nos conduzir a um patamar mais elevado de compreensão da realidade planetária. Não se trata de opor economia e ecologia. Muito menos de pensar em termos de progresso e impedimento deste. O desafio é mais complexo e mais nuançado. Trata-se de equacionar as coisas. Criar um novo jeito de perceber as relações naturais e sociais que nos cercam.
Economia e ecologia, discurso e prática, crenças e disposição para criar aquilo em que cremos, ética e política são pares de elementos que exigem uma integridade e uma coerência mais refinadas em nosso viver.
 
Em todas as oportunidades em que me convidam para falar, tenho repetido que a sustentabilidade não é uma nova maneira de fazer as coisas, mas uma maneira de ser. Só com essa maneira de ser plenamente assumida podemos renovar o nosso fazer, corrigir seu rumo, adequá-lo ao que nós como cidadãos cristãos temos confessado como forma correta de viver.
 
Nosso guia é a santa Palavra. Em Gênesis vejo, no primeiro capítulo, o relato da criação do mundo, seu funcionamento, seus valores, sua estética, sua ética, sua harmonia e as expectativas de Deus em relação ao ser humano como coautor na criação e na mordomia do mundo criado. A engenharia posta em funcionamento, o sistema de serviços entre os componentes do planeta, a reciprocidade desses serviços como princípio são aspectos ali presentes que nosso evangelismo tem, ao longo de séculos, na maioria das vezes, visto e não percebido, ouvido e não compreendido, numa espécie de completa falta de intimidade com o alcance e a profundidade dos ensinamentos da Palavra, como bem observou o Mestre de forma reservada aos seus discípulos (Lc 8.10).
Deus nos deu um planeta suficiente e satisfatório para todas as nossas necessidades. Ao lado disso, nos deu a capacidade de sermos criativos e agir sobre a criação. Esse é o sentido do convite para darmos nome e significado aos elementos da criação (Gn 2.19).
 
Dentro do princípio do serviço -- águas e solo servindo às plantas, à vida animal e à vida humana; frutas, demais plantas e ervas alimentando os animais e os seres humanos; ar, chuva e sol promovendo o desenvolvimento físico da vida  está a ideia de plenitude de Deus. Todo o sistema ecológico do planeta estava organizado para servir à vida, à beleza e à harmonia. Plenitude. Sustentabilidade. Esse é o estado do mundo que Deus alega pertencer-lhe (Sl 50.12).
 
Olhando o planeta agora, a poluição das águas dos oceanos, rios e aquíferos, a poluição da atmosfera gerando aquecimento e chuvas ácidas; observando os solos contaminados, que deixam de ser propícios à eclosão das sementes, penso que temos usado nossa criatividade para espalhar destruição, e não para cuidar da vida. Tudo muito longe da esperança que Deus depositou em nós em relação ao amor por ele e por sua criação. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
• Marina Silva é professora de história e ex-senadora pelo PV-AC.


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

EXEMPLOS DE FIDELIDADE DE DEUS NA HISTÓRIA

Exemplos da fidelidade de Deus na história
Salmo 105.16-25

Deus fez com que houvesse fome na terra deles
e deixou o seu povo sem alimento.
Então mandou na frente deles um homem chamado José,
que havia sido vendido como escravo.
Os seus pés foram presos com correntes,
e no seu pescoço puseram uma coleira de ferro.
José ficou na prisão até que se cumpriu o que ele tinha dito.
A palavra do Senhor Deus provou que José estava certo.
Aí o rei do Egito mandou soltá-lo;
o rei de muitas nações o pôs em liberdade.
Ele o colocou como a mais alta autoridade daquela terra,
para governar o país inteiro.
José recebeu poder para dar ordens aos príncipes do reino
e para orientar os conselheiros do rei.

Depois Jacó foi para o Egito
e ficou morando naquela terra.
Senhor Deus fez com que o seu povo tivesse muitos filhos
e o tornou mais forte do que os seus inimigos.
Ele fez com que os egípcios odiassem o seu povo
e fez com que enganassem os israelitas, os servos de Deus.


Filhos, obedeçam aos seus pais

Filhos, obedeçam aos seus pais – Edição 339 | Revista Ultimato


Filhos, obedeçam aos seus pais

Carlos “Catito” e Dagmar Grybowski
Recentemente, ao fazer minha leitura devocional, me deparei com o texto de Mateus 12.46-50, o qual me deixou pensativa. As palavras de Jesus “quem é a minha mãe, e quem são meus irmãos?” sempre me soaram fortes; afinal, a família e, principalmente, o papel da mãe são muito importantes na cultura latino-americana.
 
Como entender a relação de Jesus com sua mãe neste texto e em João 2.4, no qual ele lhe diz: “Que temos nós em comum, mulher?”.
 
Ao lermos outros textos que falam sobre o relacionamento familiar de Jesus, percebemos um equilíbrio entre a submissão do filho aos pais e o desenvolvimento da identidade dele.
 
Já na adolescência de Jesus (Lc 2.41-52) verificamos este processo: após ficar em Jerusalém sem que os pais o soubessem, Jesus tem a liberdade de dar explicações. Seus pais o ouvem e, mesmo sem entender, respeitam suas colocações. Depois Jesus volta com eles para casa e lhes é submisso. Nós também temos que ter esta prática em nossa vida familiar: os filhos precisam fazer exercícios de independência, mas também saber respeitar e ser submissos. Os textos de João e Mateus, no entanto, nos contam de um Jesus adulto, que tem um ministério a cumprir.
 
Alguns pais permanecem demasiadamente ligados aos filhos adultos e esperam que eles continuem submissos, mesmo quando já são casados ou têm vida própria e independência financeira. Cria-se um relacionamento misturado e dependente, prejudicial ao processo de amadurecimento familiar. Pais acreditam que é necessário continuar vivendo de forma que os filhos lhes prestem contas de todos os aspectos de sua vida.
 
Jesus não agiu desta forma. Ele sabia qual era o seu ministério e, apesar de usar palavras duras para com a sua mãe, em vez de ficar ofendida, ela ordena que os empregados façam tudo o que ele mandar (Jo 2.5).
 
Nós pais temos muito a aprender com essa atitude de Maria -- observar como se processa a vida de nossos filhos; apoiá-los, sem achar que por termos mais experiência sempre sabemos o que é melhor para eles; aceitar que nem sempre poderemos fazer parte da vida deles, pois precisam de independência para cumprir os próprios mandatos.
 
É importante que os filhos desenvolvam suas habilidades pessoais, mesmo que estas não sigam os costumes familiares. Jesus era filho de um carpinteiro e, na cultura da época, o comum seria que ele seguisse a profissão do pai. Na minha prática terapêutica, vejo algumas famílias tão fusionadas que não existe espaço para que os jovens adultos busquem sua identidade profissional. Jesus teve esta liberdade de escolha e a família soube respeitar seu ministério.
 
Mesmo quando Jesus usou palavras duras para afirmar sua identidade adulta, ele não faltou com respeito e cuidado com os pais. Na hora do seu maior sofrimento, na cruz, ele não se esqueceu da mãe, então desamparada, mas voltou-se para ela e lhe apresentou um “novo filho”, que iria cuidar de suas necessidades. Jesus sabia manter o equilíbrio entre autonomia, pertencimento e cuidado.
 
Nos textos de Atos, lemos que Maria estava integrada no meio dos seguidores de Jesus. Ela certamente foi uma mulher sábia, que soube dar o espaço necessário ao desenvolvimento do filho. Não ficou magoada nas vezes em que ele não aceitou falar com ela e, por sua atitude, confirmou o ministério de Jesus.
 
Sejamos também pais sábios, que dão espaço aos filhos para que eles possam se desenvolver como adultos autônomos, respeitando-os como indivíduos responsáveis, mesmo quando não os entendemos.
• Carlos “Catito” e Dagmar são casados, ambos psicólogos e terapeutas de casais e de família. São autores de Pais Santos, Filhos nem Tanto.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A ALIANÇA QUE DEUS FEZ

A aliança que Deus fez
Salmo 105.9-15

Ele será fiel à aliança feita com Abraão
e à promessa que fez com juramento a Isaque.
Deus fez uma aliança com Jacó para sempre,
fez com ele uma aliança eterna.
Naquela ocasião Deus disse:
“Eu lhe darei a terra de Canaã,
e ela será de vocês para sempre.”

Eles eram muito poucos,
eram estrangeiros na Terra Prometida.
Andavam de país em país,
de reino em reino.
Mas Deus não deixou que ninguém os maltratasse
e, para protegê-los, avisou reis.
Ele disse: “Não toquem nos servos que eu escolhi;
não maltratem os meus profetas!” 


O mito do nobre selvagem

O mito do nobre selvagem – Edição 339 | Revista Ultimato


O mito do nobre selvagem

Bráulia Ribeiro 
Ouvimos que pelos menos dez índios Suruwahá cometeram suicídio. Morei nesta tribo e me dói pensar na dimensão de uma tragédia como esta para uma população de 120 pessoas. Equivale ao suicídio de 15 milhões de pessoas em um dia numa nação do tamanho do Brasil. Imagine a dor, o desespero, a perplexidade.
 
Suicídio é parte da cultura e do destino dos Suruwahá. Várias gerações conviveram com a prática, incapazes de ver uma alternativa. Cultuar uma prática perniciosa ao coletivo e ao próprio indivíduo não é privilégio só deles. Eles tratam o suicídio de forma semelhante a como tratamos aqui fora o uso do álcool ou das drogas -- o uso é glamourizado, mas todos sofrem com ele. 
 
Na selva da “madi” Suruwahá o silêncio da noite é quebrado pelos gritos de desespero do jovem que comeu veneno. Ele tenta respirar, aflito. Durante o envenenamento os músculos relaxam e a respiração se torna impossível.  A morte é lenta e dolorosa. Crianças, velhos, adultos convivem com o vazio deixado pelas mortes precoces, a dor da ausência desnecessária em todas as famílias, o medo do inexorável destino que espera todos no “Kunaha agi” (caminho do Timbó).
 
As evidências do suicídio como prática bastante anterior à presença missionária entre os indígenas não impediram que o governo tentasse nos jogar a culpa pelas mortes.
O antropólogo João Dal Poz explica o suicídio como parte necessária do universo cosmológico indígena. Ele nada vê de “desregramento ou disfunção” porque existe uma necessidade social subjacente que explica o suicídio. Na sua narrativa cínica, ele não é um problema, mas um exercício “individualizador”.
 
Curioso é que o artigo de Dal Poz1 tem o efeito contrário do pretendido. Ele se dá ao trabalho de documentar quantidade, causas e gênero atingido pelas mortes; por isto o artigo disseca e expõe o horror de uma sociedade autodestrutiva limitada a si mesma por políticas que deveriam protegê-la.
 
A estúpida escola relativista que dita tais políticas desumaniza culturas para justificá-las. Nesta visão, circuncisão feminina é um rito de passagem legítimo e necessário para reforçar a identidade étnica. Infanticídio é um direito da coletividade, uma forma de expressão da estratégia de estabilidade evolucionária. O suicídio dos Suruwahá é uma maneira de “singularizar o corpo social.”
 
O poeta Drysden inventou o termo “nobre selvagem” no poema “A conquista de Granada”. Alexander Pope escreveu outro poema romantizando o selvagem para uma geração que reagia ao ceticismo de Thomas Hobbes, o qual defendia que o homem sem lei seria propenso ao mal, bruto e incapaz de solidariedade. Rousseau também argumentou contra ele dizendo que o homem “em estado natural”, sem a influência castratadora da civilização ocidental, seria bom, puro, honesto, mais solidário. E assim foi estabelecido o conceito da verdade, beleza e bondade natural dos que andam nus pelas selvas.
 
A antropologia, depois de ter sido manchada pelo horror causado pelo darwinismo social, se volta para uma alternativa igualmente racista: o relativismo cultural absoluto. Ambas são visões míopes do ser humano e destroem culturas com a mesma crueldade. Infelizmente, estas ideologias ditam as políticas que norteiam nosso relacionamento com as minorias étnicas. O nobre selvagem só existe na cabeça de ideólogos loucos. A selva está cheia de sofrimento humano, bastante humano.
Nota
1. Crônica de uma morte anunciada. “Revista de Antropologia”, São Paulo, v. 43, n. 1, 2000.
• Bráulia Ribeiro trabalhou na Amazônia durante trinta anos. Hoje mora em Kailua-Kona com sua família e está envolvida em projetos de tradução da Bíblia nas ilhas do Pacífico. É autora de Chamado Radical.
braulia_ribeiro@yahoo.com

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

DEUS E O SEU POVO

Deus e o seu povoSalmo 105.1-8 
Agradeçam a Deus, o Senhor,
anunciem a sua grandeza
e contem às nações as coisas que ele fez.
Cantem a Deus, cantem louvores a ele,
falem dos seus atos maravilhosos.
Tenham orgulho daquilo que o Santo Deus tem feito.
Que fique alegre o coração de todos os que adoram a Deus, o Senhor!
Procurem a ajuda do Senhor;
estejam sempre na sua presença.
Vocês, descendentes de Abraão, servo de Deus,
vocês, descendentes de Jacó, o escolhido de Deus,
lembrem de tudo o que Deus tem feito,
lembrem dos seus grandes e maravilhosos milagres
e de como tem condenado os nossos inimigos!

Ele é o Senhor, nosso Deus;
os seus mandamentos são para o mundo inteiro.
Ele sempre lembrará da sua aliança
e, por milhares de gerações, cumprirá as suas promessas.

“Para mim o viver é…”

“Para mim o viver é…” – Edição 339 | Revista Ultimato


“Para mim o viver é…”

Ricardo Barbosa de Sousa
O psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905–1997), judeu, escreveu um impressionante relato sobre o tempo que passou nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Em setembro de 1942, ele e sua família (sua mulher estava grávida) foram levados para diferentes campos de concentração. Sua maior preocupação naqueles anos de sofrimento, sem ter notícias de sua família e sem saber se sairia vivo, foi encontrar algum sentido para a vida num ambiente dominado pela mais absoluta desolação. Foi diante desta experiência que ele disse: “Quem tem um porquê enfrenta qualquer como”.
Os temas mais importantes da vida só são considerados e refletidos com profundidade quando, por alguma razão, nos vemos privados deles. Somente quando sofremos algum tipo de perda é que reconhecemos o valor do que nos foi tirado. Assim é com a liberdade, a amizade, a fé, a esperança, a justiça.
Numa cultura tecnológica e pragmática, nos preocupamos mais com o “como” e menos com o “porquê”. Nós nos preocupamos mais com o gozar a vida e menos com seu sentido. A não preocupação com o porquê nos torna mais impulsivos e menos reflexivos. Mais vulgares e menos humanos.
Uma declaração do apóstolo Paulo que me impressiona -- e que tem me ajudado a refletir sobre o sentido da vida -- é o que ele diz aos cristãos de Filipos: “Para mim o viver é Cristo”. Quando penso que ele fez essa declaração de dentro de uma prisão, aguardando julgamento e com um futuro incerto, ela ganha um peso e significado enormes. É o porquê dando sentido ao como. Se tomarmos apenas a primeira parte da frase: “Para mim o viver é…”, como seria formulado o final?
Imagino que muitos diriam: “Para mim o viver é minha família”. Um bom sentido para a vida. Muitos reconhecem na família sua maior riqueza. Vivem para atender e suprir as necessidades daqueles que amam. Ter na família um porquê para viver pode ser um bom princípio. Outros talvez diriam: “Para mim o viver é o meu trabalho, a minha carreira”. Muitos encontram no trabalho um sentido para a vida. Vestem a camisa da empresa, sacrificam a saúde, o casamento e a família, sonham com promoções, bônus, viagens, prêmios, reconhecimento. Realizam-se na profissão. Outros diriam: “Para mim o viver é viajar, curtir a vida”. E por aí vai. Todos buscam, com maior ou menor profundidade, um sentido para viver.
Paulo escolheu Cristo como razão última de sua existência. Poderia ter escolhido carreira ou mesmo a família, mas reconheceu que, embora estas sejam realidades importantes na vida, não são suficientes para sustentar o sentido maior da existência humana. Mesmo estando preso e privado do trabalho e do convívio com as pessoas que amava, ele se alegrava com a possibilidade de pregar o evangelho de Cristo para os membros da guarda pretoriana. Cristo dava sentido não só à sua vida, mas também à sua morte.
Viktor Frankl descreve em seus relatos do campo de concentração que, além de sua fé em Deus, ele procurava manter viva a lembrança de sua esposa, com quem conversava em sua imaginação durante as longas marchas no inverno rigoroso. Ele dizia que o desejo de reencontrá-la dava-lhe ânimo. Quando terminou a guerra ele descobriu que sua querida esposa havia morrido de esgotamento -- além dela, perdeu seus pais e irmão.
Mesmo que a família e o trabalho sejam valores nobres e que nos enchem de significado, sabemos que podemos perdê-los, e o vazio que se segue é insuportável. “Para mim o viver é Cristo” transcende as realidades deste mundo e nos envolve num cenário que nos enche de sentido tanto na vida como na morte. Quando depositamos nossa confiança e esperança em Cristo, podemos afirmar, como Paulo: “Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia” (2Tm 1.12).
Nas palavras de Viktor Frankl, “pode-se tirar tudo de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas -- escolher a própria atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho”.
• Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.


domingo, 27 de janeiro de 2013

Aprendi sobre santidade e preciso praticar

Aprendi sobre santidade e preciso praticar – Edição 339 | Revista Ultimato


Aprendi sobre santidade e preciso praticar

Luiz Felipe Xavier

A palavra “santidade” parece estar fora de moda. Talvez porque a pós-modernidade consagre valores como relativismo e pluralismo. A vontade de Deus, revelada nas Escrituras e encarnada por Jesus, torna-se relativa. Cada um faz valer a sua própria vontade num mundo marcado por uma pluralidade de vontades. Nesse contexto, a postura daqueles que se dizem discípulos de Jesus deve ser semelhante à do Mestre, que viveu neste mundo de modo santo. Ao refletir um pouco sobre santidade, aprendi algumas lições que, pela graça de Deus, preciso praticar.
 
Deus é Santo e devemos ser santos (1Pe 1.16). Este é o nosso ponto de partida.
 
A santidade é pela graça (Cl 2.6). Assim como a salvação é um presente de Deus, a santificação também o é. O padrão de Deus é tão elevado que jamais conseguiremos atingi-lo por conta própria. A boa notícia: a graça que nos salvou é a mesma que nos conduz à santificação (Fp 2.13).
 
A santidade é de dentro para fora (Mt 15.10-11); nasce do coração. Isso significa que seremos tão puros quanto o nosso coração o for. Assim, precisamos cuidar do coração, guardando as suas “duas portas”: os olhos e os ouvidos.
 
A santidade é produto da renovação da mente (Rm 12.1-2). O mundo, como um sistema anti-Deus, tem seus valores, diferentes dos valores do reino de Deus. Quando exercitamo-nos em renovar a nossa mente, Deus transforma nossos valores.
 
A santidade é motivada pela certeza de que já fomos aceitos por Deus, em Cristo (Rm 7.24-25). Misteriosamente, a certeza de que não precisamos fazer nada para sermos aceitos por Deus transforma-se em força espiritual para fazermos tudo o que ele considera bom.
 
A santidade é desejada por amor a Deus (Ef 1.4-5). Muitos buscam ser santos, não porque foram constrangidos pelo amor de Deus, mas pelo medo da condenação. Enquanto a motivação para ser santo for as chamas do inferno, e não os braços abertos de Jesus crucificado, nenhuma santidade genuína será encontrada em nós.
 
A nossa santidade glorifica a Deus (1Co 10.31). John Piper afirma: “Deus é mais glorificado em nós à medida que somos mais satisfeitos nele”. Isso significa que devemos buscar mais o prazer em fazer a vontade de Deus do que o prazer em satisfazer a vontade da nossa carne com o pecado.
 
Diante da tentação, a batalha pela santidade é vencida ou perdida nos três primeiros segundos(1Co 10.13). Se nesses instantes fugirmos, venceremos. Todavia, se tentarmos resistir, certamente perderemos.
 
Ser santo é ser parecido com Jesus (Rm 8.28-30). Ser santo não é copiar um modelo religioso preestabelecido (em geral, repleto de “nãos”). Esse modelo é produto das “santas” tradições e não se sustenta pela Palavra de Deus. Ser parecido com Jesus é copiar o modelo dele, de sua vida, exatamente como está descrita nos Evangelhos.
 
A santidade nunca será plena neste tempo (1Jo 1.8). Apesar de ansiarmos pela total libertação do pecado, ela só acontecerá depois da ressurreição do nosso corpo. Por agora, quem diz não ter pecado, já está pecando.
 
Que Deus, por sua graça, nos transforme à imagem de Jesus! Que ele complete a boa obra que um dia começou em nós!
Luiz Felipe Xavier, casado com Thaís, é professor de teologia e filosofia e líder de adolescentes e jovens na Igreja Batista da Redenção, em Belo Horizonte.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Agora você está no fundo do mar!

Agora você está no fundo do mar! – Edição 339 | Revista Ultimato


Agora você está no fundo do mar!


Era uma multidão: chefes de Estado, empresários ricos, comerciantes e curiosos. Todos estavam com cabelos em pé, espantados, desolados, horrorizados, confusos, visivelmente perturbados. O rosto deles mostrava angústia.
Não era para menos. O navio de carga que havia feito muitas viagens pelo Mediterrâneo, transportado mercadorias de alto valor de um porto para outro, enriquecido muita gente e tinha uma tripulação de primeira linha, agora estava no fundo do mar! Todo o carregamento e toda a tripulação desapareceram para sempre.
 
Na verdade, não se trata de um navio afundado, mas de uma poderosa cidade afundada. Porque Tiro fica numa ilha próxima do litoral e era o principal porto marítimo da costa da Fenícia (atual Líbano), o profeta Ezequiel compara a cidade com um navio de luxo que vive do comércio e termina em naufrágio (Ez 27).
Embora historicamente dirigida a Tiro, essa passagem do livro de Ezequiel “é um documento crítico sobre a sociedade materialista e consumista que enriquece cada vez mais os poderosos”, de acordo com a nota de rodapé da Edição Pastoral da Bíblia Sagrada.
A frase mais chocante dessa página das Escrituras está no verso 34: ““Agora”, você está no fundo do mar, está afundado nas profundezas do oceano. Os seus bens e todos aqueles que trabalhavam para você desapareceram, junto com você, no mar”.
 
No capítulo anterior, antes do naufrágio, o Senhor Deus havia dito a Tiro: “Farei você virar uma cidade deserta como as cidades arrasadas, onde não mora ninguém. Cobrirei você com as águas profundas do mar. Eu a jogarei no mundo dos mortos, onde você estará com gente que morreu há muito tempo. E a abandonarei nesse mundo que fica debaixo da terra, nesse país de ruínas antigas, e você ficará junto com os mortos. Em você, Tiro, nunca mais morará ninguém, e você não voltará a ocupar o seu lugar no mundo dos vivos. Farei de você um exemplo horrível, e esse será o seu fim. As pessoas vão procurá-la, mas ninguém a encontrará. Eu, o Senhor Deus, falei” (Ez 26.19-21).
As palavras de juízo não poderiam ser mais candentes e contundentes. A referência à morte é terrível. Pior do que ser jogado no fundo do mar é ser jogado na cova, na fossa, no abismo, nas profundezas da terra, no “Hades”, no “Sheol”, no “Gehenna”, no lago de fogo que arde com enxofre (Ap 19.20), na escuridão, no lugar “onde há choro e ranger de dentes” (Mt 8.12), no lado de fora. Nesse imenso mundo dos mortos (Hades), Tiro estaria com “gente que morreu há muito tempo” (26.21), com “os povoadores do passado” (BP), o “povo de outrora”, com “as gerações passadas” (EP), com “os povos que há muito desapareceram” (BH), com uma multidão de pessoas que morreram, mas não sumiram, que certamente tem muito o que conversar. O ambiente não poderia ser mais triste, soturno, lúgubre, fúnebre, sombrio, sinistro e medonho.
A doença terminal, a morte, o cortejo fúnebre, a sepultura e o Hades são uma progressão totalmente oposta à outra progressão: a concepção, a gravidez, o parto, a apresentação da criança (cerimônia religiosa) e o percurso longo ou breve da vida. Antes da concepção nada havia. Contudo, não se pode dizer o mesmo sobre o depois da morte: depois da desintegração do corpo provocada pela morte, a vida continua. Não apenas o cristianismo afirma tranquilamente isso, mas também quase todas as demais religiões, mesmo que haja concepções diferentes entre elas.
Se Deus falou a Tiro: “Agora você está no fundo do mar”, hoje ele pode falar: “Agora você está doente”; “agora você está idoso”; “agora você está desiludido”; “agora você está perdido”; “agora você está no mundo dos mortos”. Antes de afundar com tudo o que tem, o navio deve lançar âncora no porto seguro da salvação em Cristo Jesus.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

OLHAR PARA SI MESMO

Olhar para si mesmo
Lucas 6.39-42
 

E Jesus fez estas comparações:

— Um cego não pode guiar outro cego. Se fizer isso, os dois cairão num buraco. 

Nenhum aluno é mais importante do que o seu professor. Porém, quando tiver terminado os estudos, o aluno ficará igual ao seu professor.

— Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e não repara na trave de madeira que está no seu próprio olho? 


Como é que você pode dizer ao seu irmão: “Me deixe tirar esse cisco do seu olho”, se você não repara na trave que está no seu próprio olho? Hipócrita! 

Tire primeiro a trave que está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seu irmão. 

Que complicação!

Que complicação! – Edição 339 | Revista Ultimato


Que complicação!

Basta ler os jornais para se chegar à conclusão de que o ser humano é complicado! Ele não sabe o que quer; se contradiz no que fala e no que faz; dá um passo para frente, dois para a direita, três para a esquerda e quatro para trás (a arte de rodopiar); cria e se torna escravo do que inventa; compra hoje e joga fora o que comprou ontem; é religioso, mas não crê em Deus e, quando crê, vive como se ele não existisse (veja Oração como placebo); teme a morte, mas se mata. Veja a seguir uma pequena parte do que se encontra nos meios de comunicação.

Rosely Sayão, psicóloga
: “Parece que, sem alguma mediação, eles [os pais] não sabem o que fazer quando estão juntos [com seus filhos], por isso as férias escolares se transformaram em um problema a ser resolvido. Ficar em casa, ter tempo livre e, ao mesmo tempo, estar com os filhos parece ter se tornado uma equação difícil de ser resolvida por muitos pais. O que segura uma convivência em tal situação é o relacionamento: o interesse verdadeiro dos pais pelos filhos.”
Larry Rosen, psicólogo, ao falar sobre transtornos tecnopsicológicos (traumas “high-tech”): “Com frequência, percebo que estou sempre apalpando meu bolso da perna direita. É estranho, porque faço isso mesmo quando sei que meu telefone está lá. Quando, por acaso, ele não está, começo a ficar ansioso. Até descobrir onde o deixei, a ansiedade me domina.” (Segundo Rosen, alguns dos problemas mentais exacerbados por redes sociais e “smartphones” são: narcisismo, obsessão, timidez, depressão, desatenção e isolamento.)
Luiz Felipe Pondé, filósofo: “Para erradicar a pobreza numa população crescente e ansiosa por uma vida confortável deve-se produzir riqueza contínua. Para isso, deve-se explorar recursos continuamente (o que é chamado de economia não sustentável) e aumentar o consumo, porque, se as pessoas param de comprar, o dinheiro para de circular[...]”. “Outra solução é erradicar o crescimento populacional matando dois terços da população ou proibindo a reprodução por alguns séculos. Ou matando idosos. Puro horror, não?”


 
Suzana Herculano-Houzel, neurocientista: “A sociopatia é um problema para a sociedade, e não para o indivíduo. Uma doença que causa sofrimento [...] nos outros. Não há tratamento conhecido para o sociopata, além de regras claras mantidas com mão de ferro.”
Jânio de Freitas, jornalista: “Impossível afirmar ou negar: sabemos estar entre os exportadores de bombas terríveis, mas estamos proibidos de saber para quem as exportamos [...]”. “[Mesmo assim], nas organizações internacionais e em casa mesmo, o governo brasileiro mostra-se muito condoído com o genocídio congolês.”
Marion Strecker, jornalista: “Por que checamos e-mails e, um minuto depois, o fazemos novamente? Por que a gente olha para o nosso telefone celular sem nenhuma razão? Ele não vibrou nem tocou. [Mesmo à mesa para uma refeição] todos estão sozinhos com suas máquinas, cada um em sua mesa, deixando as relações virtuais substituírem as relações reais.”
Marcelo Coelho, jornalista: “Surgiu, nos Estados Unidos, um canal a cabo especializado em distrair a população canina. A DogTV funciona 24 horas por dia e suas atrações se dividem em três tipos. Há cenas para estimular o cão, para adormecê-lo e para acostumá-lo ao convívio social.”
Bruna Borges, jornalista: “No cálculo da FAO (Organização das Nações Unidas pra a Agricultura e Alimentação), 25% dos alimentos produzidos mundialmente são perdidos na cadeia produtiva durante a colheita, o armazenamento e a comercialização. A ineficiência da distribuição, concentrada nas regiões mais ricas, também contribui para o desperdício e explica por que ainda existe fome no Brasil, país tido como celeiro do mundo.”
Leopoldo Fulgêncio, psicanalista: “[Se o cuidado materno faltar ou falhar em alguma fase], a criança será prejudicada de muitos modos. Pode perder a fé no mundo, sentir muita dificuldade para ver o outro, para se relacionar, para aprender. Pode até perder o interesse pela realidade. Em casos graves, durante a fase inicial da vida, corre o risco de desenvolver autismo.”
Mariana Barbosa, jornalista: “O Brasil já possui a segunda maior frota de aeronaves particulares, atrás dos Estados Unidos. Nos últimos anos, porém, o aumento da frota, em especial de jatinhos -- cujos preços variam de 2 a 60 milhões de dólares --, tem dado dor de cabeça aos proprietários: faltam lugares para estacionar e horário para pouso e decolagem nos aeroportos.”
Adriane Fugh-Berman, médica e professora da Universidade Georgetown: “A falta de drogas novas e eficazes não afeta o lucro da indústria [farmacêutica] porque ela tem muito sucesso com o “marketing” de drogas que não têm vantagem sobre as mais antigas [14,8% dos novos remédios trouxeram mais riscos do que benefícios].”
Contardo Calligaris, psicanalista: “Os elogios incondicionais dos pais e dos adultos não produzem ‘autoconfiança’, mas dependência: os filhos se tornam cronicamente dependentes da aprovação dos pais e, mais tarde, dos outros. ‘Treinados’ dessa forma, eles passam a vida se esforçando, não para alcançar o que desejam, mas para ganhar um aplauso.”
Peter Jones, teólogo: “A legalização [do casamento gay] abre as portas para uma civilização que nega Deus e que apagará dois milênios de cristianismo baseado na dualidade. O passado será rotulado de ‘homofóbico’. As rimas infantis, a literatura e a arte que consideram a homossexualidade anormal (e isso inclui o evangelho) serão consideradas ilegais e obsoletas. O cristão será considerado um fora da lei. Quinze grupos de cristãos católicos e protestantes já foram expulsos do “campus” da Vanderbilt University, no Tennessee, por se recusarem, em princípio, a permitirem “gays” em sua liderança. Trata-se de uma antevisão típica daquilo que o futuro reserva.”
Geoffrey Blainey, historiador, em “Uma Breve História do Século XX”: “[No início do século 20], igrejas, mesquitas, templos, pagodes e sinagogas tinham importância vital para a vida cotidiana, ainda que ocasionalmente estivessem sob ataque. Praticamente a cada segundo, em algum lugar, queimava-se incenso, acendiam-se velas ou tocavam-se sinos [...]. Em praticamente todos os países ocidentais, os adultos se casavam e as crianças eram batizadas -- recebendo quase sempre um nome cristão -- em igrejas. Na época não se imaginava que as novelas iriam competir com a Bíblia como fonte de inspiração para a escolha dos nomes dos bebês [...]. A maior parte das pessoas acreditava, profunda ou superficialmente, que a morte não era o fim da vida e que a vida após a morte poderia ser, para muitos, infinitamente mais gratificante [...]. [Mas] as religiões mais importantes tiveram de enfrentar inimigos poderosos. Um deles foi a ciência, quase uma religião rival, capaz de empreender os próprios milagres [...]. Muitos cristãos mais instruídos sentiram a fé vacilar. Queriam continuar crendo, mas seu intelecto dizia não. William Ewart Gladstone, estudioso da Bíblia e durante muito tempo primeiro-ministro britânico, declarou que essa perda da fé religiosa era ‘a mais indizível calamidade que poderia abater-se sobre um homem ou sobre uma nação’. A tal calamidade, chamada por alguns de ‘a morte de Deus’, tornava-se frequente nos círculos do mais alto nível de instrução.”

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

TER MISERICÓRDIA


Ter misericórdia
Lucas 6.36-38

Tenham misericórdia dos outros, assim como o Pai de vocês tem misericórdia de vocês.

O hábito de julgar os outros

— Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. 


Não condenem os outros, e Deus não condenará vocês. 

Perdoem os outros, e Deus perdoará vocês. 

Deem aos outros, e Deus dará a vocês. Ele será generoso, e as bênçãos que ele lhes dará serão tantas, que vocês não poderão segurá-las nas suas mãos. 

A mesma medida que vocês usarem para medir os outros Deus usará para medir vocês. 



A GRAÇA DA PROVAÇÃO


A GRAÇA DA PROVAÇÃO

“Sabendo que a provação da vossa fé, 
uma vez confirmada, produz  perseverança.”
Tg 1.3



Diferente daquilo que muitos dizem, a provação não é falta de fé nem a evidência de vida pecaminosa. A provação é um instrumento pedagógico. Há coisas na vida cristã que só são aprendidas mediante tribulações. A provação é a fornalha de Deus para robustecer a nossa fé. Tribulação não é sinônimo de desamor nem falta de compaixão de Deus. Enquanto a tentação quer nos levar para longe de Deus, a provação quer nos trazer para perto do Senhor.

A tentação visa enfraquecer-nos; a provação tem por finalidade fortalecer-nos. A tentação mina nossa fé, a provação a fortalece. Uma quer fazer com que violemos a lei de Deus, a outra que aprendamos a amar a sua lei. Ninguém que tenha passado pela provação chegou do outro lado desfalecido. Pelo contrário cruzou a faixa mais forte do que nunca.

Tiago ensina que o cristão deve se alegrar com a provação. A provação produz resultados maravilhosos. Pela tribulação aprendemos o caminho da perseverança e ficamos com o tanque cheio de esperança. A provação é como um treinador que nos prepara para os grandes embates da vida.

Amado Senhor, transforma-me por intermédio das dificuldades. Concede-me a paciência e a perseverança necessárias em meio às lutas e ensina-me através delas. Em nome de Jesus. Amém.


http://lpc.org.br/cada-dia/



POR QUE A VERGONHA?

Boa Semente: POR QUE A VERGONHA?: Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16). Cert...


POR QUE A VERGONHA?



Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16).

Certa vez fui ao escritório de uma construtora para obter informações sobre algo que queria comprar. Na conversa, o funcionário perguntou por que estava no país, então lhe expliquei o motivo: uma missão cristã. Sua face brilhou ao me dizer que também era cristão. Quase imediatamente, seu colega de trabalho chamado Simão falou: “Esse aí nunca pregou o evangelho para mim”. Ficamos em silêncio por uns segundos, e depois aproveitei e falei do evangelho para Simão. Ele ouviu com atenção e pareceu entender quase tudo. Dei-lhe alguns livretos e disse que voltaria para vê-lo, o que fiz uma semana depois. Lá estava Simão novamente. Ele lera os textos e entendera a mensagem do evangelho, e passamos um tempo conversando mais sobre o assunto.

Maravilhei-me com a disposição de Simão em ouvir e conhecer o evangelho. Maravilhei-me igualmente com as chances que seu colega de trabalho perdeu de anunciar as boas novas da salvação. Meditei nesses dois homens e tirei uma lição para minha vida. Quantos conhecidos eu tenho com os quais eu jamais compartilhei o evangelho?

Não aproveitar as oportunidades que o Senhor nos concede não é uma falha grave nossa? Alguns são tímidos, outros têm dificuldade de se aproximar de pessoas desconhecidas para falar ou entregar um folheto. Talvez seja ainda mais difícil dar um folheto para os conhecidos. Precisamos examinar nosso coração. Por que temos vergonha?

Se cremos que o evangelho é a mais importante mensagem para a humanidade, por que razão cada um de nós não está envolvido completamente na propagação desta mensagem?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

AJUDAR A TODOS

Ajudar a todos
 Lucas 6.32-35


— Se vocês amam somente aqueles que os amam, o que é que estão fazendo de mais? 

Até as pessoas de má fama amam as pessoas que as amam. 

E, se vocês fazem o bem somente para aqueles que lhes fazem o bem, o que é que estão fazendo de mais? 

Até as pessoas de má fama fazem isso. E, se vocês emprestam somente para aqueles que vocês acham que vão lhes pagar, o que é que estão fazendo de mais? 

Até as pessoas de má fama emprestam aos que têm má fama, para receber de volta o que emprestaram. 

Façam o contrário: amem os seus inimigos e façam o bem para eles. 

Emprestem e não esperem receber de volta o que emprestaram e assim vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Deus Altíssimo. 

Façam isso porque ele é bom também para os ingratos e maus.

EVIDÊNCIAS CONTRA NÓS

Boa Semente: EVIDÊNCIAS CONTRA NÓS: Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos (Gênesis 44:16). Já quase no final do livro de G...


EVIDÊNCIAS CONTRA NÓS



Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniqüidade de teus servos (Gênesis 44:16).

Já quase no final do livro de Gênesis está a comovente história de José e seus irmãos. Leia-a novamente, mesmo se você já a conhece! O ódio levou seus irmãos a vendê-lo como escravo; um terrível destino o aguardava. Como se isso não bastasse, eles mentiram para seu velho pai, fazendo-o acreditar que José havia tragicamente morrido.

Aqueles homens trouxeram sobre si mesmos uma enorme culpa. Mas o tempo passou e tudo caiu no esquecimento. Pelo menos era assim que eles pensavam. Talvez nem tocassem mais no assunto. Mas Deus não havia esquecido! Ele se lembra de cada ato errado, incluindo os que tentamos encobrir. Deus é santo; Ele não pode negligenciar nada. No tempo determinado, José assumiu a notável posição de primeiro-ministro do Egito. Igualmente notável foi o encontro com seus irmãos. Sem se identificar, ele os fez perceber que não estavam livres da culpa que atraíram sobre si há cerca de 20 anos. De repente, a questão ressurgiu vívida diante deles mais uma vez: Deus havia trazido à luz a iniqüidade deles. Isso era uma obra divina, e não humana! Precisamos considerar esse aspecto quando cometemos faltas. A menos que sejamos perdoados, elas serão “usadas como evidências” contra nós.

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1:9).

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

AMAR OS INIMIGOS

Amar os inimigosLucas 6.27-31

— Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: amem os seus inimigos e façam o bem para os que odeiam vocês. Desejem o bem para aqueles que os amaldiçoam e orem em favor daqueles que maltratam vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também. Se alguém tomar a sua capa, deixe que leve a túnica também. Dê sempre a qualquer um que lhe pedir alguma coisa; e, quando alguém tirar o que é seu, não peça de volta. Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês.

TUDO OU NADA

Boa Semente: TUDO OU NADA: E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é podero...


TUDO OU NADA



E conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos… a esse glória (Efésios 3:19-21).

Um dia depois de Alexandre, o Grande, ter-se tornado um rei poderoso, um antigo professor o visitou. Ele se metera em dificuldades, sobre as quais o rei nada sabia. O pobre homem teria ficado satisfeito com uma modesta soma de dinheiro. Com ela, poderia suprir as suas necessidades mais urgentes.

Alexandre considerou a questão, mas não lhe deu dinheiro nenhum. Em lugar disso, confiou-lhe a administração de uma cidade, cujos benefícios ele poderia usar em proveito próprio. O peticionário foi pego de surpresa: ele nunca havia sonhado com um presente como este; simplesmente se considerava indigno de recebê-lo. Alexandre retorquiu: “Não é uma questão do que você pensa ser digno, mas do presente que eu, na qualidade de rei, concedo-lhe segundo o meu ofício e minha própria vontade.”

De igual maneira, a maioria das pessoas se satisfariam se Deus lhes concedesse saúde, comida, roupas e um teto; mas Ele quer dar muito mais: salvação eterna e um lugar na glória. Muitos depositaram seus pecados e culpa aos pés do Senhor para receber o Seu perdão, e, conseqüentemente, foram feitos herdeiros das riquezas de Cristo, embora se considerassem indignos disso. A despeito da verdade aí contida, os dons de Deus são dignos do Doador, “para louvor da glória de sua graça”. Com Deus é tudo ou nada. Que nós em gratidão aceitemos tudo!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

OS AIS

Os ais

Lucas 6.24-26


— Mas ai de vocês que agora são ricos,
pois já tiveram a sua vida boa.
— Ai de vocês que agora têm tudo,
pois vão passar fome.
— Ai de vocês que agora estão rindo,
pois vão chorar e se lamentar.

— Ai de vocês quando todos os elogiarem, pois os antepassados dessas pessoas também elogiaram os falsos profetas.

Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho escapa da queda

Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho escapa da queda – Edição 339 | Revista Ultimato


Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho escapa da queda

Nunca houve um cedro como o que representa o Egito nas profecias de Ezequiel, quase 600 anos antes de Cristo. Cresceu tanto para cima que seus galhos alcançavam as nuvens dos céus. Cresceu tanto para baixo que suas raízes chegavam às correntezas do subsolo. Cresceu tanto para os lados que aves faziam ninhos em seus galhos e os animais davam cria à sua sombra. Por ter sido muito bem regado, este cedro era mais bonito que qualquer outro.
Porém, houve um problema muito sério com ele: “Conforme crescia, também aumentava o seu orgulho” (Ez 31.10). Por causa disso, Deus deixou que os estrangeiros derrubassem o cedro do Líbano, isto é, o Egito. A árvore morreu e foi jogada para sempre no mundo dos mortos.
Crescimento e orgulho, orgulho e queda são duas duplas de irmãos siameses. Dificilmente o crescimento escapa do orgulho e o orgulho, da queda.
Para não permitir o crescimento (que faz parte dos planos de Deus) e nos poupar da presença da soberba (que faz parte da natureza humana), Deus, preventivamente, toma algumas providências para evitar a queda e o desastre total.
A uma dessas providências, Paulo dá o nome de “espinho na Carne”. Por ser um assunto pessoal, o apóstolo não entra em detalhes sobre ele, mas diz o suficiente. Ele tinha consciência e convicção de que o “espinho na carne” existia para que ele não ficasse orgulhoso demais por causa das coisas maravilhosas que havia visto e ouvido por ocasião de seu arrebatamento ao terceiro céu (2Co 12.7). Embora lhe causasse sofrimento e fosse um incômodo perene (um remédio por toda a vida), Paulo, depois de receber três “nãos” consecutivos de Deus em resposta às suas orações, aceitou a medicação. O apóstolo chegou à conclusão de que o “espinho na carne”, além de funcionar, é uma bênção da parte de Deus. Graças a ele, Paulo não seria jamais um cedro do Líbano derrubado, entre os muitos do passado e do presente. “Quando perco toda a minha força” -- explica o homem que se converteu a Cristo na estrada de Damasco alguns anos antes -- “então tenho a força de Cristo em mim” (2Co 12.10). Do antigo cedro dizia-se: “Conforme crescia, também aumentava seu orgulho”. De Paulo, 
dizia-se: “Conforme cresce, também aumenta a dependência de Deus para sobreviver”.
O cristão precisa entender que a falta de saúde, de recursos, de aplausos e a presença dolorosa e constante da pecaminosidade latente, entre outras situações, são experiências doídas que ele deve suportar. Até as nuvens da provação têm seu ministério. De acordo com o missionário escocês Hugh Edward Alexander, “há uma chuva de bênçãos escondidas nas nuvens negras”.