Em todos os tempos e em todos os lugares, os cristãos têm declarado
solenemente a Deus: “Teu é o reino, e o poder, e a glória para sempre”
(Mt 6.13).
A rigor, essas palavras finais da oração do
Pai-Nosso tornam imprópria qualquer autoglorificação. Uma passagem do
Antigo Testamento reforça esse comportamento: “Não se glorie o sábio na
sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico na sua riqueza, mas
quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me [...].
Pois é dessas coisas que me agrado” (Jr 9.23-24).
Os
cristãos precisam levar a oração dominical e o oráculo de Jeremias a
sério, tanto na teologia como na prática diária. Ainda mais que há outro
oráculo taxativo: “Não darei a minha glória a nenhum outro” (Is 48.11,
NVI). Outras versões preferem dizer: “Eu não “reparto” a minha glória”
(NBV) ou “Não “cedo” a minha glória” (BP).
Nabucodonozor,
por 43 anos rei da Babilônia (de 605 a 562 a.C.), não se saiu bem ao
perder as estribeiras e se autoelogiar: “Como é grande a cidade de
Babilônia! Com o “meu” grande poder eu a construí para ser a capital do
“meu” reino, a fim de mostrar a todos a “minha” grandeza e a “minha”
glória” (Dn 4.30). Ele ainda estava falando quando veio uma voz do céu
que disse: “Sua autoridade real lhe foi tirada [e] você será expulso do
meio dos homens, viverá com os animais selvagens e comerá capim como os
bois”. A sentença sobre Nabucodonozor cumpriu-se imediatamente: o homem
dos jardins suspensos da Babilônia (uma das sete maravilhas do mundo)
começou a comer capim como os bois, a dormir no relento, a deixar
cabelos e unhas crescerem. Essa tremenda humilhação durou sete anos.
Então, sua mente voltou a funcionar como mente de homem e ele fez uma
notável profissão de fé: “Agora, eu, Nabucodonozor, louvo, exalto e
glorifico o rei dos céus porque […] tem poder para humilhar aqueles que
vivem com arrogância” (Dn 4.31-37).
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