quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SABE, DOUTOR, AQUELA "DOR" QUE NUNCA PASSA?

" Sucedeu depois da morte de Moisés, servo do Senhor, que este falou a Josué: dispõe-te agora, passa o rio Jordão, tu e todo este povo, à terra que Eu dou aos filhos de Israel." ( Livro de Josué, 1.1,2)

A tristeza entrou naquele lar deixando ali um vazio. O primeiro impulso foi desistir de tudo e sentar-se em desespero entre os destroços da esperança. Mas não se atreveu. Está no campo de batalha em meio à lutas. Fraquejar agora seria colocar em risco o interesse maior. Outras vidas seriam prejudicadas por um vacilo seu. E você não pode parar, nem um pouco para sofrer a sua própria dor.
Um general relatou uma história dramática vivida por ele no campo de guerra. Seu filho era tenente e comandante do grupo de artilharia. Estavam avançando contra o inimigo. O pai era o comandante geral daquela perigosa operação de ataque ao inimigo. Enquanto avançava, de repente seus olhos caíram sobre um corpo inerte, bem à sua frente. De relance percebeu que era o seu filho. O impulso do coração de pai era parar junto do morto querido e dar vazão à sua dor, mas o dever do momento ordenava que ele prosseguisse no ataque; assim, roubando às pressas um beijo, aos lábios mortos, avançou rápido, liderando seu grupo no ataque.
O choro inconsolável à beira de um túmulo não poderá restituir-nos aquele que amamos, nem tampouco bênção alguma virá dessa tristeza. A dor faz cicatrizes profundas; ela grava seus registros indelevelmente nos corações dos que a sofrem. Na verdade, nós nunca nos recuperamos inteiramente de nossas grandes dores; nunca mais seremos os mesmos depois que passarmos por elas. No entanto, na dor que foi devidamente aceita e suportada com ânimo, há uma influência humanizadora e fertilizadora. Aliás, são pobres os que nunca sofreram e não trazem marca de sofrimento. O gozo que nos está proposto deveria brilhar sobre as  nossas dores, como o sol brilha através das nuvens, dando-lhes  glória. Deus estabeleceu as coisas de tal forma que, prosseguindo no dever [ de viver e continuar a vida], encontraremos a mais rica e verdadeira consolação. Se nos sentarmos para acalentar as nossas dores, a escuridão cresce à nossa volta e penetra em nosso coração, e nossa força muda-se em fraqueza. Mas se voltarmos as costas à sombra e tomarmos as tarefas e deveres que Deus nos chama, a luz novamente voltará e ficaremos mais fortes ( J.R. Miller, Mananciais no Deserto).

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