A soberba é uma doença tão séria que exige medidas
de caráter radical para acabar com ela. Em seu estágio mais avançado, a
soberba danifica a mente de suas vítimas. É o caso do faraó Hofra, que
governou o Egito por 19 anos, de 589 a 570 antes de Cristo, na época do
profeta Ezequiel.
Ele era tão vaidoso que dizia: “O rio
Nilo é meu! Eu mesmo o criei para mim!” (Ez 29.3). Ora, de seus 6.671
quilômetros de extensão, apenas 1.508 (menos de 25% de toda a área)
pertencem ao Egito. Além de se dizer dono do rio, Hofra apresenta-se
como o seu criador! Os monumentos egípcios atestam a tradicional
jactância do país.
Para curar esse mal, a voz do Senhor
vem a Ezequiel em janeiro de 587 e lhe diz: “Filho do homem, vire o seu
rosto contra o faraó, rei do Egito, e profetize contra ele e contra todo
o Egito” (Ez 29.2). O juízo de Deus sobre Hofra é muito pesado:
Estou
contra você, faraó, rei do Egito, contra você, grande monstro deitado
em meio a seus riachos [o delta do Nilo] [...] Deixarei você no deserto,
você e todos os peixes dos seus regatos [...] Você cairá em campo
aberto e não será recolhido nem sepultado. Darei você como comida aos
animais selvagens e às aves do céu [...] Tornarei o Egito uma desgraça e
um deserto arrasado desde Migdol [ao norte] até Sevene [ao sul],
chegando até a fronteira com a Etiópia [...] Nenhum pé de homem ou pata
de animal o atravessará: ninguém morará ali por quarenta anos [...]
Espalharei os egípcios entre as nações e os dispersarei entre os povos
[...] Então todos os que vivem no Egito saberão que eu sou o Senhor (Ez
29.1-12).
Essas medidas drásticas eram terapêuticas, visavam a cura de faraó e do Egito. E deram certo, pois
Ao
fim dos 40 anos [número certamente simbólico] ajuntarei os egípcios
[Hofra já teria morrido e sido substituído] dentre as nações nas quais
foram espalhados. Eu os trarei de volta do cativeiro e os farei voltar
ao Alto Egito, à terra de seus antepassados. “Ali serão um reino
humilde. Será o mais humilde dos reinos e nunca se exultará sobre outras
nações” (Ez 29.13-15).
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