Depois
do perdão de Deus, o pecador não precisa mais sentir-se culpado do
pecado confessado, nem precisa confessar outra vez o mesmo pecado. Nova
confissão e novo perdão serão necessários se ele cometer outra vez
aquele pecado ou outro qualquer.
Deus não brinca
com o pecador. Se este faz, de fato, a parte que lhe cabe (a confissão),
Deus certamente faz a parte dele (conceder o perdão). Essa é uma norma
estabelecida e absolutamente segura.
É preciso
haver certeza a respeito disso. Trata-se de uma promessa feita pelo Deus
que “não pode mentir” (Tt 1.2): “Se confessarmos os nossos pecados, ele
[Deus] é fiel e justo para perdoar os nossos pecados...” (1Jo 1.9). A
comprovação da eficácia do perdão depende muito mais da palavra de Deus
do que de emoções. A sensação de perdão virá a seu tempo, mas não é o
carro-chefe. É a consequência e não a prova do perdão. Na parábola do
fariseu e do publicano, o primeiro não confessou coisa alguma, mas o
segundo, batendo no próprio peito, fez a mais curta confissão da Bíblia:
“Ó Deus, tenha misericórdia de mim, um pecador”. Jesus explicou que o
publicano, e não o fariseu, voltou para casa sem culpa e em paz com
Deus. Ele foi perdoado (ou absolvido) e tornado justo (Lc 18.13-14).
O
único pecado que precisa ser confessado repetidas vezes é o pecado
latente, pois ele nunca desaparece neste corpo e neste mundo. Por
estranho que pareça, não é o pecado mais lembrado nem o mais
reconhecido. Esse pecado, para ser confessado, é o que mais requer
humildade. Confessa-se não o pecado cometido, mas o desejado -- um
problema complexo, enraizado e generalizado.
À
vista de tudo isso, a culpa cancelada pela misericórdia de Deus que
continua a amargurar e desgastar o pecador perdoado é um desperdício,
uma insensatez, uma ingratidão, uma perda de tempo. Na verdade, o perdão
não vivido é uma culpa pecaminosa.
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